Desafios e Oportunidades: O Futuro Promissor do Agronegócio Brasileiro para a Safra 2025/26
Publicado em 18 de novembro de 2025
O agronegócio brasileiro segue em ritmo acelerado para a nova safra, com projeções animadoras para a produção de grãos em 2025/26. O país deve colher cerca de 354,8 milhões de toneladas, mantendo sua posição de destaque no cenário global. Apesar do avanço, o setor enfrenta desafios climáticos que impactaram o plantio em algumas regiões, especialmente no Sul, onde baixas temperaturas e chuvas intensas atrasaram o desenvolvimento das lavouras. No Paraná, por exemplo, temporais e granizo registrados no início de novembro deixaram produtores em alerta, podendo afetar o potencial produtivo das áreas ainda em campo.
Ainda assim, as condições climáticas nas principais regiões produtoras são consideradas favoráveis para o desenvolvimento das culturas. O plantio da safra de verão já está concluído em estados como São Paulo, enquanto em Minas Gerais e Paraná segue em ritmo acelerado. No entanto, a redução nos investimentos em insumos, como fertilizantes e defensivos, tem tornado as lavouras mais vulneráveis a doenças e limitado o pleno aproveitamento do potencial produtivo, resultando em espigas menores e menor número de grãos.
No campo econômico, o faturamento da agricultura deve crescer 10,5 em 2025, atingindo quase R$ 970 bilhões. A soja continua sendo a principal cultura, com aumento na produção e no valor bruto da produção, mesmo com leve queda nos preços. O milho também apresenta alta expressiva tanto na produção quanto nos preços, impulsionando o VBP do setor. Já a cana-de-açúcar registra leve retração, enquanto cafés e algodão seguem em expansão.
Na pecuária, o faturamento também deve crescer, com aumento na produção e valorização dos preços de quase todos os produtos, exceto o leite, que sofreu pequena queda. O setor de feijão, por sua vez, enfrenta dificuldades: a produtividade caiu em várias regiões, tornando a cultura menos atrativa para os produtores, que optam por outras alternativas. O preço do feijão segue em queda, beneficiando o consumidor, mas gerando preocupação entre os agricultores.
Enquanto isso, o debate sobre o uso da terra para alimentos ou biocombustíveis ganha força, especialmente com a proximidade da COP30. A indústria defende maior industrialização da soja, com foco em biocombustíveis, o que poderia agregar valor à cadeia e aumentar a renda dos produtores. Ao mesmo tempo, cresce a pressão internacional por práticas sustentáveis e o combate ao desmatamento, exigindo do Brasil respostas cada vez mais ágeis e transparentes.
O agronegócio brasileiro, portanto, segue em constante adaptação, enfrentando desafios climáticos, econômicos e ambientais, mas mantendo-se como pilar fundamental da economia nacional e referência mundial em produção de alimentos.
