O Agronegócio Brasileiro em Tempos de Mudança: Desafios Climáticos, Avanços em Sustentabilidade e Liderança Global
Publicado em 5 de novembro de 2025
O cenário atual do agronegócio brasileiro apresenta desafios climáticos e estratégicos, além de avanços em sustentabilidade e inovação, refletindo seu papel central na economia e na segurança alimentar global.
O Instituto Nacional de Meteorologia prevê para novembro chuvas irregulares e temperaturas acima da média em diversas regiões, o que impacta diretamente as lavouras. No Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registrarão menos chuva, favorecendo a colheita de milho segunda safra e algodão, enquanto Goiás, o Distrito Federal e o oeste do Mato Grosso terão precipitação acima da média, beneficiando a soja e o milho primeira safra. No Sudeste, variações climáticas exigem atenção especial, especialmente para a finalização da colheita da cana-de-açúcar e o plantio em áreas de sequeiro.
Em nível internacional, o Ministério da Agricultura do Brasil destaca sua participação em quatro Planos de Aceleração de Soluções da COP 30, que ocorrerá em Belém. As iniciativas destacam a restauração de terras degradadas, o controle do uso de fertilizantes, a remoção de carbono na agricultura e práticas de produção pecuária sustentável. O governo brasileiro reforça sua liderança na integração entre produção, conservação e desenvolvimento rural sustentável, posicionando o agro brasileiro como parte essencial da solução climática global.
O agronegócio brasileiro mantém sua competitividade mundial, liderando a produção de soja com cerca de 169 milhões de toneladas na safra 2024/2025, responsável por 40 da produção global. A competitividade é atribuída a fatores como terras abundantes, o apoio estatal por meio da Embrapa e incentivos fiscais, como a Lei Kandir, que isenta do ICMS produtos usados na exportação. Entretanto, questões de concentração de terras e impacto ambiental são pontos de atenção.
No âmbito comercial, o 1º Fórum Empresarial Agrícola do Mercosul discutiu a necessidade de ampliar a pauta exportadora e superar barreiras técnicas e tarifárias para manter a competitividade diante do protecionismo global. O fortalecimento do Mercosul é visto como estratégico para responder à crescente demanda mundial por alimentos, com foco em uma agenda agroexportadora sustentável.
Além disso, o Brasil mobilizou 12 estados em um mutirão nacional para acelerar a regularização ambiental rural, consolidando o Código Florestal como mecanismo para o desenvolvimento sustentável do meio rural. A iniciativa inclui cadastramento, retificação de dados e apoio técnico para a execução dos Programas de Regularização Ambiental, demonstrando avanço na governança e responsabilidade ambiental do setor.
Um relatório recente da FAO aponta que o Brasil é um dos países com maior concentração de grandes empreendimentos agrícolas, combinando produção de alta produtividade com iniciativas regulatórias para conter o desmatamento, como as moratórias da soja e da carne. Estratégias de manejo sustentável, como rotação de culturas e uso de culturas de cobertura, são recomendadas para combater a degradação do solo e restaurar a produção, o que poderia alimentar milhões de pessoas a mais anualmente.
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O agronegócio brasileiro em novembro de 2025 vive um momento crucial de adaptação climática e reforço de sua liderança global. As previsões de tempo indicam desafios regionais específicos, com variações de chuva e temperatura que exigem gestão precisa para maximizar a produtividade e minimizar perdas. Paralelamente, o governo federal intensifica seu compromisso com a sustentabilidade, apresentando nas negociações internacionais propostas robustas para a restauração de terras, redução da emissão de carbono e uso eficiente de fertilizantes.
A liderança do Brasil na produção de soja e outros commodities agrícolas é sustentada por investimentos em tecnologia, políticas públicas e incentivos fiscais, mas enfrenta simultaneamente pressões para equilibrar crescimento econômico e conservação ambiental. O fortalecimento da integração regional por meio do Mercosul abre oportunidades comerciais importantes, alinhadas a uma agenda de sustentabilidade que deverá pautar o futuro do agronegócio sul-americano.
Internamente, iniciativas como o mutirão pela regularização ambiental evidenciam a busca por um setor produtivo mais responsável, que alia produtividade com governança e cuidado ambiental. Organismos internacionais reconhecem os avanços, mas alertam para os riscos da degradação do solo, destacando práticas agrícolas sustentáveis como ferramentas essenciais para garantir a segurança alimentar mundial.
Nesse contexto, o agro brasileiro reafirma-se como motor econômico e estratégico, que deve continuar a se reinventar para responder aos desafios climáticos, sociais e mercadológicos do século XXI.
