Desafios Climáticos e Sustentabilidade: O Cenário do Agronegócio Brasileiro em Outubro de 2025
Publicado em 5 de outubro de 2025
Em outubro de 2025, o agronegócio brasileiro segue em destaque sob o sol forte do mês, que historicamente já é conhecido pelo calor intenso, especialmente no Centro-Oeste, Norte e parte do Sudeste. Apesar da expectativa de temperaturas altas, a previsão para esse mês é de chuvas dentro ou até um pouco abaixo da média histórica para a maior parte do país, com um incremento mais significativo apenas na segunda quinzena. A explicação para esse quadro climático está principalmente no resfriamento detectado no Oceano Pacífico Equatorial, indicando a formação de um novo episódio de La Niña, fenômeno que tende a alterar o padrão de chuvas e impactar diretamente as safras brasileiras.
Nas bolsas internacionais, o café foi destaque, com alta expressiva na Bolsa de Nova York, reflexo de preocupações com o clima e com a instabilidade das principais regiões produtoras. Já o mercado de grãos apresentou comportamentos distintos: enquanto o milho acumulou perdas semanais, a soja manteve prêmios firmes, próximos dos 200 pontos, mesmo com negócios mais limitados e produtores focados no plantio da nova safra. O grão segue como principal suporte para os preços do agro nacional, com perspectiva de safra 2025/26 reforçada por novas tecnologias, como herbicidas com maior eficácia contra plantas daninhas.
O protagonismo do Brasil na balança comercial do agro é indiscutível, mas o setor também é alvo de preocupação ambiental. A agropecuária nacional emite, isoladamente, mais carbono que qualquer país da América do Sul, segundo dados recentes. O debate sobre sustentabilidade ganha nova dimensão no contexto da COP30, com pressão crescente por práticas mais responsáveis e pelo combate ao desmatamento.
No Nordeste, a agricultura familiar mostra dinamismo ao levar sua produção para a Anuga 2025, maior feira internacional de alimentos e bebidas, realizada em Colônia, na Alemanha. A região exporta não apenas produtos, mas também diversidade cultural e potencial para novos mercados, apoiada por parcerias regionais e federais.
Do ponto de vista macro, o valor bruto da produção do agro brasileiro atingiu recorde, ultrapassando a marca de R$ 1,4 trilhão, crescimento puxado tanto pela produtividade quanto pela valorização dos produtos no mercado internacional. A pecuária, por sua vez, viu uma redução na oferta de animais, especialmente em São Paulo, o que pode pressionar os preços nos próximos meses.
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Notícia produzida
Clima instável e estratégia sustentável marcam o agro brasileiro em outubro de 2025
O agronegócio brasileiro inicia outubro entre alertas e expectativas. Enquanto a maior parte do país registra temperaturas máximas acima da média – com marcas de até 40°C em áreas centrais –, o regime de chuvas mostra-se abaixo do padrão, levando produtores a ajustarem operações, sobretudo no plantio de soja e milho. A tendência é de recuperação do volume de precipitações na segunda quinzena, mas a safra pende ao olhar atento das bolsas internacionais, que reagem às oscilações climáticas e a políticas de sustentabilidade.
Internamente, o setor segue robusto: o valor bruto da produção agropecuária superou R$ 1,4 trilhão em agosto, crescimento de 11,3 ante o ano anterior. O bom desempenho é respaldado pela alta nos preços internacionais da soja e pelo avanço tecnológico nas lavouras, com novos insumos agrícolas prometendo maior eficácia contra pragas e plantas daninhas. No café, a instabilidade climática global reforça os ganhos nas bolsas, mas expõe riscos de desabastecimento para os próximos meses.
O debate ambiental ganha projeção. O agro brasileiro é o maior emissor de carbono entre os países da América do Sul, cenário que amplia o escrutínio internacional e pressiona por práticas produtivas mais sustentáveis. Não à toa, a agricultura familiar do Nordeste marca presença em grandes feiras mundiais, promovendo a imagem de um país que busca, ainda que com desafios, equilibrar produtividade e preservação.
A pecuária, por outro lado, registra queda na oferta de animais, fator que pode sustentar a alta de preços no curto prazo. Enquanto isso, cooperativas e consórcios regionais impulsionam a inserção de novos produtos em mercados exigentes, diversificando as exportações e ampliando a representatividade do Brasil na cadeia global de alimentos.
Em síntese, outubro se apresenta como um mês de monitoramento climático, ajustes de safra, valorização de commodities e pressão por sustentabilidade. O agro brasileiro segue forte na economia, mas o caminho agora é pavimentar o crescimento sem perder de vista o equilíbrio socioambiental.
